sexta-feira, 7 de junho de 2013

A COLCHA DE RETALHOS
Conceil Corrêa da Silva
Nye Ribeiro Silva
Editora do Brasil

Nos finais de semana Felipe vai para a casa da vovó. É uma delícia!
Vovó sabe fazer bolo de chocolate, brigadeiro, bala de coco, pão de queijo... enfim, sabe fazer tudo que Felipe gosta. E lá não tem esse negócio de “hora de comer isso, hora de comer aquilo...hora de brincar, hora de dormir...”
Vovó sabe contar histórias como ninguém.
- Conta mais uma, vovó. Só mais uma!
Vovó coloca os óculos bem na ponta do nariz, faz uma cara engraçada e fala bem fininho e fraquinho, imitando a voz da Chapeuzinho Vermelho, e bem grosso e forte, imitando a voz do lobo mau. Ah! Quem é que não gosta de uma vovozinha assim?
Um dia, quando Felipe chegou à casa da vovó, encontrou uma porção de pedaços de tecidos espalhados pelo chão, perto da máquina de costura onde ela estava trabalhando.
- O que é isso, vovó?
- São retalhos, Felipe. Fui juntando os pedaços de pano que sobravam das minhas costuras e, agora, já dá para fazer uma colcha de retalhos. Vou começar a emendá-los hoje mesmo.
- Posso ajudar, vovó?
- Está bem. Então vá separando os retalhos para mim. Primeiro só os de bolinha, depois os de listrinhas...
Felipe esparramou tudo pelo chão e foi separando-os um a um. Tinha pano de florzinha, de lua e estrela, de bolinha grande e bolinha pequena, listrado, xadrez...
- Olha esse pano listrado, é daquele pijama que você fez para mim quando a gente passou aqueles dias no sítio, lembra?
- É mesmo Felipe, estou me lembrando. Que férias gostosas! Andamos a cavalo, chupamos jabuticaba... As jabuticabeiras estavam carregadinhas!
- E olhe esse pano xadrez, que bonito vovó!
- É daquela camisa que eu fiz para você dar ao seu pai, no dia do aniversário dele. Sua mãe fez um jantar gostoso e convidou todo mundo.
- Ah! Eu me lembro! Veio o tio Paulo, o tio João, a tia Josefina, veio a Cecília e até o Rex, para brincar com o meu cachorro, Apolo. Parece que um deles fez xixi na cozinha e o outro fez cocô no quintal, né?
- Seu pai ficou tão bonito! E assoprou as velinhas, todo vaidoso, de camisa nova.
- É mesmo! Mas ficou bravo com os cachorros.
- Olha, Felipe esse retalho aqui. Não é daquele vestido que eu fiz para a sua mãe ir a uma festa  de casamento? Sabe, quando a sua mãe era pequena eu fazia uma porção de vestidos para ela. E gostava também de bordá-los. Uma vez fiz um vestido cor-de-rosa, inteirinho bordado com a branca de neve e os sete anões. Quando o vestido ficou pronto, ela falou assim:
- Ué, mamãe, está faltando a bruxa!
- Vovó, esse pano azul-marinho está com a cara da Vó Maria.
- Era dela mesmo!
- Vovó Maria mora lá no céu, né? Junto com o vovô Luiz e o meu cachorrinho Apolo... Ué, vovó, você está chorando? O que aconteceu?
- Não, - disse a vovó fungando e limpando o nariz com o lenço – não estou chorando, não.
- Ah! Vovó! Vice não disse que nós somos amigos? Então, me conta o que está acontecendo. Você está triste?
- É saudade, Felipe! É a saudade...
- Saudade dói, vovó?
- às vezes dói. Quando a saudade é de alguém que já foi embora para nunca mais voltar...
- Ah!
- Mas existem outras saudades: de um passeio gostoso, de uma viagem, de uma festa, de um amigo, de uma amiga, de um parente que mora longe...
-Vovó, acho que eu ainda não entendo nada de saudade.
- Eu sei. A gente só entende bem das coisas que já experimentou. Talvez ainda seja muito cedo para você entender dessas coisas...Felipe, me ajuda aqui. Vamos ver como é que está ficando a nossa colcha de retalhos!
- Que bonita, vovó! Um dia você faz uma para mim também?
Depois de algum tempo, Felipe nem se lembrava mais da colcha de retalhos. Um dia, ao voltar da escola...
- Felipe! A vovó mandou uma surpresa para você!
- Uma surpresa para mim? Onde?
- Está lá em cima da sua cama.
Felipe entrou no quarto correndo. A colcha estava sobre a sua cama. Que linda! Mas não era uma colcha como essas que se vende, nas lojas. Cada retalhinho tinha uma história.
Ali, deitado sobre a colcha, Felipe passou algum tempo lembrando-se de uma porção de histórias. Observou um retalho de brim azul...
- Foi quando o papai e a mamãe viajaram de férias e eu fiquei lá na casa da vovó. Um dia, fui subir na jabuticabeira e levei o maior tombo. Ralei o joelho, fiquei com o bumbum dolorido e o short rasgado... que vergonha! Vovó veio correndo lá de dentro. Me pegou no colo com carinho e, depois, nesse mesmo dia, resolveu fazer um short novo para mim. E fez um short deste pano aqui, de brim azul.
De repente, Felipe começou a sentir uma coisa estranha dentro do peito. E aquilo foi aumentando, aumentando... Felipe foi atrás de sua mãe :
- Me leva na casa da vovó?
Não demorou nada e os dois estavam chegando lá na casa da vovó. Tocaram a campainha e ela veio lá de dentro.
- Parece que eu estava adivinhando que você vinha. Fiz um bolo de chocolate, do jeito que você gosta!
- Vovó, vem aqui pertinho. Agora me dá um abraço bem gostoso!
- Aconteceu alguma coisa, Felipe?
- Sabe, vovó... – cochichou Felipe, bem baixinho, no seu ouvido – preciso te contar um segredo: eu acho que já entendi... agora já sei o que é saudade!


BANDEIRINHAS NA FESTA JUNINA

Na época da colonização do Brasil, após o ano de 1500, os portugueses introduziram em nosso país muitas características da cultura europeia, como as festas juninas.
Mas o surgimento dessas festas foi no período pré-gregoriano, como uma festa pagã em comemoração à grande fertilidade da terra, às boas colheitas, na época em que denominaram de solstício de verão.
Os balões juninos e as bandeirinhas indicam o início da festa, mas foram criados para reverenciar os santos da festa, agradecendo pela realização dos pedidos, normalmente relacionados ao namoro e ao casamento, onde as pessoas encontram seus pares românticos.

 No início das festas juninas, as bandeiras traziam desenhos dos santos aniversariantes (São João, São Pedro e Santo Antônio)  frases religiosas. Porém, atualmente, isso não é mais usual e as bandeirinhas ganharam outro significado, o de animar e colorir a festa junina.
A característica mais marcante de uma festa junina são as bandeirinhas coloridas em longos varais cruzados pelo salão ou pelo arraial .


Com o passar dos anos, as festas juninas ganharam outros símbolos característicos. 
Várias brincadeiras entraram para a festa, como o pau de sebo, o correio elegante, os fogos de artifício, o casamento 

na roça, dentre outros, com o intuito de animar ainda mais a festividade.  

teatro de sombra

Segundo a teoria analítica, no desenvolvimento da nossa personalidade consciente, procuramos incorporar uma imagem de como gostaríamos de ser, ou seja, temos um ideal do ego.
O ego é formado por padrões que formam a nossa personalidade consciente e que são frutos de nossa cultura.
As qualidades que pertenciam à nossa personalidade consciente e que não se ajustam a esse ideal do ego, tenderiam a ser rejeitadas e se constituiriam em parte daquilo que Jung denomina "sombra".

Uma das formas de se lidar com a sombra, no processo arteterapêutico, é  usar o teatro de sombra.
Assim, nos tornamos conscientes das qualidades e intenções das nossas sombras.
Experimentamos essa ferramenta do teatro de sombra, no curso de formação em Arteterapia, quando estudamos esse assunto: SOMBRA.





quinta-feira, 6 de junho de 2013

ELLES: MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU





Com trabalhos de Frida Kahlo, Nan Goldin, Louise Bourgeois, Lygia Pape e outras 61 artistas, exposição no Rio de Janeiro reacende a questão: mulheres ainda são minoria na arte?

A exposição apresenta pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações que explicitam o espaço ocupado pelas mulheres no cenário dos séculos 20 e 21. Os trabalhos expressam humor, ambientação, sensualidade e ambiguidade dos movimentos da arte moderna como: cubismo, abstracionismo, dadaísmo, surrealismo e minimalismo, além de arte conceitual e crítica institucional.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Winnicott - jogo do rabisco

A técnica dos rabiscos é uma prova relativamente fácil e apelativa, fundamentada no Jogo dos Rabiscos de Winicott, que permite analisar o pensamento da criança a partir da sua projeção perante um conjunto de traços (rabiscos) aparentemente sem significado.

O Jogo do Rabisco caracteriza-se como uma técnica que, tal como qualquer brincadeira, está fundamentada na concepção de espaço transicional, permitindo o acesso a conflitos e angústias, demonstrando ser um instrumento adequado no atendimento de crianças e adolescentes.

Esta técnica se diferencia pela liberdade de ação e ausência de normas fixas, o que é próprio das brincadeiras das crianças, contrastando dessa forma com os jogos estruturados por sistemas de regras.
Winnicott utiliza este jogo como técnica de comunicação com a criança. O psicopedagogo e o aluno (paciente) executam, alternadamente, traços livres; cada parceiro deve modificar o rabisco do outro à medida que for sendo realizada a tarefa.

O Jogo do Rabisco é apenas uma maneira de entrar em contato com o paciente pelo uso do lápis e papel.

Podemos dizer que os dois, psicopedagogo e paciente, vão realizar no espaço potencial, através do gesto criativo - o rabisco que se transforma em imagem e depois em discurso.

Ao mesmo tempo em que o rabisco possibilita um diagnóstico do caso, a técnica se constitui no processo.

As instruções de jogo são muito simples e deixam a criança em liberdade:
“- Faço um rabisco e você o modifica; depois é sua vez de começar, e sou eu que vou modificá-lo."

Esta técnica, na verdade, é recriada com cada criança, indo de acordo com o seu jeito de ser, deixando que o paciente componha a situação segundo o seu estilo de vida, imaginação, desejos, fantasias e emoção.

Este instrumento, diferente dos testes e técnicas projetivas, pois não cria na criança a sensação de que está sendo avaliada, mas é só mais um recurso que pode ser utilizado conforme as necessidades de um determinado paciente e o tipo de atendimento que se pretende estabelecer.

O Jogo do Rabisco é, portanto um instrumento que proporciona o mergulho do psicopedagogo e paciente num espaço compartilhado, onde a confiança poderá ser mais forte, auxiliando a criança na perspectiva de ter condições para alcançar seu potencial de desenvolvimento.



sábado, 1 de junho de 2013

MOSAICO COM PLÁSTICO











FOGO: elemento da intuição

Quando o elemento fogo está em equilíbrio as  pessoas se mostram com auto-envolvimento,  entusiasmo, são intuitivas, alegres, espontâneas  esperançosas, dinâmicas e criativas; temos boa energia física e vitalidade, auto-confiança, otimismo, coragem, inspiração, calor e afeição.
O elemento Fogo rege o calor do corpo e a digestão; está também relacionado com a purificação, pois a transpiração permite ao corpo livrar-se das toxinas.
Daí  as pessoas de fogo necessitarem de bastante atividade. Devem estar em bastante contato com o sol para restaurar energias no verão e evitarem problemas no inverno.






FAZER NÓS

A técnica de fazer nós é muito antiga. Fazer nós não serve apenas para fins utilitários, mas também pode ser para produzir arte. As alunas do Curso de  Pós Graduação em Arteterapia da Universidade Candido Mendes, tiveram essa experiência de produzir arte com nós.











MULHERES DE UM RIO DE SENTIMENTOS

A exposição retrata a cidade do Rio de Janeiro e é o resultado do projeto "sentimentos do Rio" que, há dez anos, traduz o cotidiano da Cidade Maravilhosa através da criação espontânea e utilização de técnicas artesanais como bordado, patchwork, aplicação de vidrilhos, pinturas em tecido, crochê, recortes e costuras. 








Espaço Marise Piloto