domingo, 22 de abril de 2012

INCONSCIENTE PESSOAL E INCONSCIENTE COLETIVO



Alguns conteúdos do inconsciente são dependentes das vivências de cada indivíduo: Jung denomina esses conteúdos de inconsciente pessoal. Em uma definição mais precisa, trata-se de “percepções e impressões subliminares dotadas de carga energética insuficiente para atingir o consciente; combinações de ideias ainda demasiado fracas e indiferenciadas; traços de acontecimentos ocorridos durante o curso da vida e perdidas pela memória consciente; recordações penosas de serem recordadas” (Silveira, 1981,p.72).

Embora Jung reconheça a existência do inconsciente pessoal, sua grande descoberta consiste em uma camada do inconsciente que não depende de vivências pessoais. Tal camada foi por ele denominada inconsciente coletivo: "O inconsciente coletivo é uma parte da psique que pode ser negativamente distinguido do inconsciente pessoal pelo fato de, ao contrário deste, não dever sua existência à experiência pessoal. Enquanto o inconsciente pessoal é  composto essencialmente de conteúdos que certa feita foram conscientes, mas que desapareceram do campo da consciência por terem sido esquecidos ou reprimidos, os conteúdos do inconsciente coletivo nunca foram conscientes e, portanto, nunca foram individualmente adquiridos, mas devem sua existência exclusivamente à hereditariedade. Enquanto o inconsciente pessoal consiste em sua maior parte de “complexos”, o conteúdo do inconsciente coletivo consiste em sua maior parte de ‘arquétipos’ (Jung, 1990, p. 42).

Trecho do livro: SAIANE, Cláudio, Jung e a Educação: uma análise da relação professor-aluno, São Paulo: Escrituras Editora, 2003.

sábado, 14 de abril de 2012

ARTETERAPIA E O ADOLESCENTE

Os adolescentes podem se beneficiar com o processo arteterapêutico, especialmente com o processo de construção, o qual possibilita autoconhecimento no sentido de edificação, integração e organização.
A construção, que é também um modo de informação lógica, é imprescindível, sobretudo para o adolescente. É através da construção que o adolescente transmite o seu sentimento, pensamento e o modo como vivencia e entende o mundo, fazendo-o de acordo com o seu próprio desenvolvimento emocional, mental, psíquico e biossocial.

Construir proporciona, em síntese, a reelaboração do conhecimento e a estruturação, constituição e reconstituição do nosso universo interior. “Todo o processo criativo, após o momento de se deixar levar, experimentar e explorar materiais surge como uma necessidade de organizar, de colocar junto, de arranjar e elaborar o trabalho final.” (Rubin Apud Coll et al – 1995).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

ANÁLISE DOS SÍMBOLOS

No conto de Jorindo e Jorinda vamos perceber vários símbolos que estão ligados aos arquétipos, segundo a psicanálise junguiana. Aqui vamos relatar alguns:

A FLOR: é símbolo do princípio passivo, o cálice da flor como a taça, é o receptáculo da atividade celeste.

O símbolo tântrico-taoísta da flor de ouro é também o do atingimento de um estado espiritual. A floração é o resultado de uma alquimia interior da união da essência (tsing) e o sopro (k’i), da água e do fogo.

A flor é idêntica ao elixir da vida; a floração é o retorno ao centro, à unidade, ao estado primordial.


VERMELHO SANGUE: símbolo fundamental do princípio da vida e a cor do fogo e do sangue. O vermelho escuro é noturno, a fêmea, representa o mistério da vida. É a cor da alma, da libido, do coração. É a cor da ciência, do conhecimento.
PÉROLA: símbolo lunar, ligada à água e à mulher, representa o princípio Yin: ela é o símbolo essencial da feminilidade criativa. O símbolismo sexual da concha lhe comunica todas as forças que implica. Entre os gregos, a pérola, era o emblema do amor e do casamento. Símbolo, também, da iluminação e do nascimento espiritual. É a pérola do ideal. A procura da pérola representa a busca da essência sublime oculta no Eu.
A imagem arquetípica da pérola evoca o que é puro, oculto nas profundezas, difícil de atingir. A pérola significa a revelação, a ciência, a criança.

JORINDO E JORINDA







Houve, uma vez, no coração de uma floresta virgem, um enorme e antigo castelo, no qual morava, completamente só, uma velha bruxa muito poderosa. Durante o dia, ela transformava-se em gata ou em coruja, mas à noite retomava a forma humana.

A velha tinha o poder de atrair os animais silvestres e os pássaros, depois matava-os e os fazia refogados ou assados. Se alguém, porventura, se aproximasse do castelo, a cem passos de distância ficava retido sem poder mover-se enquanto ela não o fosse libertar. E, se por acaso, entrasse naquele círculo uma jovem donzela, a bruxa logo a transformava em pássaro, que prendia numa gaiola e carregava para determinada sala do castelo. Lá dentro do castelo já havia sete mil dessas gaiolas contendo pássaros raros.

Havia nas proximidades uma donzela chamada Jorinda, que era mais linda que todas as outras. Ela e um belíssimo jovem chamado Jorindo estavam noivos. O dia do casamento fora marcado para muito breve e os dois viviam radiantes; a felicidade deles só era completa quando podiam estar um ao lado do outro.

Querendo conversar e trocar confidências mais à vontade, foram certo dia dar um passeio na floresta.

Toma cuidado, Jorinda, - disse o noivo, - não te aproximes demasiado do castelo.

Era uma tarde esplêndida; o sol brilhava por entre a galharia das árvores, pondo claras luminosidades entre o verde escuro da floresta; sobre a velha árvore, a meiga rolinha arrulhava melancolicamente.

De quando em quando, Jorinda se detinha, sentava-se onde batia o sol e se punha a chorar e a lastimar-se; Jorindo também fazia o mesmo. Sentiam-se ambos tão angustiados como se tivessem de morrer nessa hora. Tendo-se extraviado do caminho de casa, olhavam atemorizados para todos os lados sem conseguir encontrá-lo. O sol já se ia escondendo por trás da montanha e o jovem continuava a procurar uma saída; nisso avistou, por entre grandes moitas, os muros do antigo castelo; estremeceu, tomado de angústia mortal. Jorinda, por seu lado, cantava tristemente:

Meu pássaro de anel vermelha,

canta triste o teu lamento, o teu lamento...

Jorindo olhou para Jorinda e viu que ela havia se transformado num rouxinol. Uma coruja de olhos brilhantes como brasas voou três vezes em torno dela e três vezes gritou: Chu, u, u.

Jorindo não podia mover-se, estava como que petrificado, sem poder chorar, nem falar, nem mexer as mãos ou os pés. Agora o sol já se havia posto; a coruja voou para um arbusto e logo depois apareceu uma velha curva, amarela e ressequida, com os grandes olhos vermelhos e o nariz retorcido, cuja ponta lhe tocava o queixo. Resmungou alguma coisa, agarrou o pássaro e levou-o consigo. Jorindo não podia pronunciar uma palavra sequer, nem fazer um gesto qualquer; o rouxinol desapareceu. Por fim a mulher voltou e disse com sua voz cavernosa:

- Salve, Zaquiel; quando a lua brilhar, desamarra-o, Zaquiel..

E Jorindo, depois dessas palavras, ficou livre do encanto. Caiu aos pés da velha, suplicando-lhe que lhe restituísse a querida Jorinda; mas ela, implacável, respondeu-lhe que nunca mais a teria e com isso deu-lhe as costas e foi-se embora. Ele chorou, gritou, implorou, mas em vão.

- Ah! Que será de mim!

Jorindo pôs-se a perambular até que chegou a uma aldeia desconhecida e lá passou a pastorear um rebanho de ovelhas.

Certa noite sonhou que achara uma flor vermelha como o sangue, a qual tinha no meio dos pistilos uma belíssima pérola muito grande. Colheu a flor e dirigiu-se ao castelo; tudo o que ele tocava com a flor logo se libertava do encanto e, no sonho, pareceu-lhe recuperar por esse meio também a querida Jorinda.

Pela manhã, quando despertou, decidiu encontrar essa flor e pôs-se a procurá-la por entre vales e montanhas. Procurou durante nove dias e ao nono dia, de manhã bem cedo, encontrou a flor vermelha como sangue. No meio dela estava uma gota de orvalho, grande e linda como a mais esplêndida pérola.

Dia e noite foi levando a flor, até chegar ao castelo. Lá chegando, não se deteve a cem passos de distância, mas prosseguiu até à porta de entrada.

Radiante de alegria, Jorindo tocou a porta com a flor e ela abriu-se automaticamente. Então foi entrando, atravessou o pátio de ouvido alerta, a fim de descobrir de onde provinha aquele imenso trinar de pássaros. Por fim descobriu. Encaminhou-se para aquela direção e encontrou a sala onde se encontrava a velha bruxa alimentando os pássaros presos nas sete mil gaiolas.

Quando a velha avistou Jorindo, ficou louca de ódio e pôs-se a insultá-lo, cuspindo-lhe na cara fel e veneno, mas, a dois passos de distância dele, ficou paralisada.

Mas ele não se perturbou, continuou a procurar entre as gaiolas, entre tantas centenas de gaiolas, porém, como poderia descobrir a sua Jorinda?

Enquanto estava assim procurando, percebeu que a velha se apoderara de uma gaiola com um pássaro dentro e ia tratando de escapulir-se. Imediatametne ele pulou junto dela e com a flor tocou a gaiola e também a velha que, a esse toque, perdeu todo o poder de encantamento.

E Jorinda estava lá na sua frente, bela, viçosa como sempre fora; tomou-a nos braços, estreitando-a com imensa alegria.

Também os outros pássaros, todos, graças ao toque da maravilhosa flor, recuperaram a forma humana de lindas jovens. Depois disso, ele regressou para casa com a querida Jorinda e viveram longos, longos anos, muito alegres e felizes.

domingo, 8 de abril de 2012

Esperando o Coelhinho...


Blog do 361mais5 da minha filha falando sobre a Páscoa!
Sempre foi assim, de manhã uma bela surpresa!


CAÇA AO OVO

Neste domingo de Páscoa, a Beatriz fez com a família ( mãe, vó, didinha e didinho) a brincadeira da caça ao ovo. Cada um recebia a instrução inicial e depois saía à caça do seu ninho com o ovo. Foi muito divertida nossa manhã de Páscoa.





PÁSCOA


Páscoa é partilhar. É dizer sim as coisas boas e inteligentes. É ser fraterno. É viver a solidariedade. É o renascimento, o recomeço, o ressurgimento, é dar chance de viver e vencer os obstáculos que impedem a felicidade.

Páscoa é desejar as verdadeiras amizades e festejar os corações puros e sinceros. É ser a palavra amiga. É dar o sonho para transformar em realidade. É dar o ombro para rir e chorar.

É o gesto de afago, de afeto, de alegria, de um sorriso, de carinho, de luz, de caminhos e de amor. De fazer um mundo melhor, para o convívio do outro, dar sentido, crescer e florescer.

FELIZ RENASCIMENTO EM SEUS CORAÇÕES. FELIZ PÁSCOA!

FELIZ PÁSCOA!

RECEITA DE FELIZ PÁSCOA...

Ingredientes:
Perdão, alegria, paciência, fé, perseverança,
Vontade de ser Feliz e Paz.

Modo de Fazer:
Misture no recipiente, bem lavado, de sua alma,
Chocolate, mais Perdão e Alegria.
Deixe calmamente em banho-maria até que todas as mágoas e rancores sejam depurados.
Espere esfriar um pouco, salpicando perseverança e paciência, e despeje nos dois lados do coração.
Prepare seu bombom predileto recheando de Paz e Vontade de ser Feliz...
Reze nesta hora.

Tenham uma MARAVILHOSA e FELIZ PÁSCOA, com Chocolate no Coração!!!!!


OFICINA DE PÁSCOA

O ovo é um símbolo que praticamente explica-se por si mesmo. Ele contém o germe, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação e a criação cíclica. De um modo simples, podemos dizer que é o símbolo da vida.
Entre outros, os chineses, os celtas, os egípcios, os gregos, os indianos e vários povos indígenas, também acreditavam num ovo cósmico, donde teria nascido o Universo. Provavelmente, ao perceber que muito do que é a Criação, provém dum ovo.
Geralmente consideravam que o ovo eclodira depois dum longo período de repouso, ou caos.l

De qualquer maneira, em qualquer concepção, o ovo encerra em si os primórdios de uma vida nova, gerada em silêncio e protegida em aposentos especiais, tecidos cuidadosamente por seres amorosos para abrigar preciosidades.

Aposentos especiais, pessoas, sonhos, conquistas, lembranças. Local onde amadurecem esperanças desenvolvem-se aprendizados que possibilitam a cada habitante, um dia empreender sua jornada pessoal e outro ninho formar em um ciclo interminável.

O ninho se forma com uma infinidade de pequeninas coisas amalgamadas na vivência que se constituirá em um repositório de ensinamentos capaz de fortalecer cada um dos seres nos momentos de tempestade.

Ninhos verdadeiros são lugares de alegria, sorriso fácil, leveza, de ajuntamento espontâneo. Lugar de parada e de permanência. Porto seguro nas intempéries emocionais ou físicas.

Construir ninhos exige paciência, habilidade, carinho e muito afeto. Nós, crianças e adultos construímos nosso ninho com palitos de sorvete e cola. Ficaram lindos!




segunda-feira, 2 de abril de 2012

CRITÉRIOS DA CRIATIVIDADE

Alguns elementos são fundamentais para a reflexão do fazer artístico. As atividades de artes podem ajudar o indivíduo na organização mental, na persistência ao enfrentar obstáculos, na busca de resolução para problemas, na capacidade de explorar novas ideias. É importante o desafio para o despertar da criatividade.

São os seguintes os oito critérios da criatividade apresentados por Guilford ( Psicólogo da Universidade da Califórnia) e Lowenfeld (Psicólogo da Universidade da Pensilvânia) :

1) sensibilidade aos problemas (o que permite notar as sutilezas, o pouco comum, as necessidades e os defeitos nas coisas e nas pessoas);

2) estado de receptividade (manifestando que o pensamento está aberto e é fluente);

3) mobilidade (capacidade de adaptar-se rapidamente a novas situações);

4)originalidade (propriedade considerada suspeita pela ordem social e uma das mais importantes do pensamento divergente);

5) atitude para transformar e redeterminar (atitude de transformar, estabelecer novas determinações dos materiais diante de novos empregos);

6) análise (ou faculdade de abstração por meio da qual passamos da percepção sincrética das coisas à determinação dos detalhes. Permite reconhecer as menores diferenças para descobrir a originalidade e a individualidade);

7) síntese (consiste em reunir vários objetos ou partes de objetos para dar-lhes um novo significado);

8)organização coerente (é por meio dessa atitude que o homem harmoniza seus pensamentos, sua sensibilidade, sua capacidade de percepção com sua personalidade).