sábado, 28 de fevereiro de 2015

Presente para o Rio

Amanhã é niver do Rio de Janeiro. Um dos meus presentes foi estampado no muro da estação 5 do plano inclinado da Favela Santa Marta, em Botafogo. Um projeto totalmente independente e que só rolou porque tem um bando de maluco que acredita nas minhas ideias!!!! Já somos ponto turístico e hoje nosso muro apareceu na matéria lindona sobre os 450 anos da cidade no JN!!!!!!!!!!!!!!!! Obrigada Emoticon smile http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/t/edicoes/v/cidade-do-rio-de-janeiro-e-amada-por-turistas-e-cariocas/4001529/ 

por Cris Piloto

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Palhaço


A palavra Palhaço deriva do italiano paglia, que quer dizer palha, que era o material usado no revestimento de colchões. O nome começou a ser usado porque a primitiva roupa desse cômico era feita do mesmo pano e revestimento dos colchões: um tecido grosso e listrado, e afofada nas partes mais salientes do corpo com palha, fazendo de quem a vestia um verdadeiro "colchão" ambulante. Esse revestimento de palha os protegia das constantes quedas e estripulias. 

O palhaço é um arquétipo social e sua função é muito séria, sincera e respeitosa. Ele é a representação da falibilidade humana, do fracasso, da inadequação, do ridículo que existe em cada um de nós, do ridículo que é presente na sociedade. "Ele não representa. Ele é", Jacques Lecoq. 

O trickster, ou arquétipo do palhaço, é de natureza ambígua: animal e humana, maléfica e benéfica, sublime e grotesca. É o infantil e o adulto, ou melhor, o infantil no adulto. Ele é o infrator de normas, seja para fins civilizatórios, seja porque simplesmente quis cometer tal violação.

Clarice Lispector, em seu livro Água viva, discorre sobre o que ela busca ao escrever. O palhaço em seu contato com o público – utilizando-se apenas de um meio diverso do de Lispector (seu corpo e o riso) –, também busca o mesmo que esta escritora:

 Estou lidando com a matéria-prima. Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais. Estou num estado muito novo e verdadeiro, curioso de si mesmo, tão atraente e pessoal a ponto de não poder pintá-lo ou escrevê-lo. [...] É um contato com a energia circundante e estremeço. Uma espécie de doida, doida harmonia. Sei que o meu olhar deve ser de uma pessoa primitiva que se entrega toda ao mundo, primitiva como os deuses que só admitem vastamente o bem e o mal e não querem conhecer o bem enovelado como em cabelos no mal, mal que é o bom.

Este herói mítico é um ser solitário, que se efetiva na relação com o outro, mas que volta sempre para si, o que mantêm seu caráter de excepcionalidade. O palhaço também possui todas estas características. Seu riso é admirado e todos se voltam para vê-lo, porém, ele é temido porque qualquer um pode ser o alvo da brincadeira – e esta nunca é apenas uma “palhaçada”.


Já é Carnaval!

Já é carnaval!




Arte japonesa - leques

 Os tradicionais leques tem permeado a cultura japonesa ao longo de sua história. Por exemplo, uma gueixa jamais ficará completamente vestida se não estiver segurando esse acessório ornamental.

No Japão, ele tem uma série de utilidades, que vai além do óbvio, que é proporcionar uma brisa fresca ao usuário até como arma, nas artes marciais. Antigamente, os leques já foram usados em cerimônias religiosas, com a intenção de afastar o mal. Era também muito usado para proporcionar sombra para a moças aristocratas ou da realeza japonesa.
Serviam para definir o status social: Manter o leque fechado entre você e outra pessoa, significava que seu status era superior ao da outra pessoa. Já mantê-lo aberto, significava o contrário. Os leques também foram muito usados no teatro japonês kabuki e Noh para acentuar os movimentos de dança.
Os leques passaram a se popularizar entre a população comum a partir do século 16. Hoje, ele é muito visto nos festivais, onde as moças vestidas de yukata, (quimono de verão), se abanam durante o verão quente e úmido japonês.

A menina e o pássaro encantado - Rubem Alves


A menina e o pássaro encantado
Rubem Alves
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
— Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
— Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
— Tenho de ir — dizia.
— Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
— Eu também terei saudades — dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
— Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.
— Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
— Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
— Que bom — pensava ela — o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
— Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.
* * *
Para o adulto que for ler esta história para uma criança:
Esta é uma história sobre a separação: quando duas pessoas que se amam têm de dizer adeus…
Depois do adeus, fica aquele vazio imenso: a saudade.
Tudo se enche com a presença de uma ausência.
Ah! Como seria bom se não houvesse despedidas…
Alguns chegam a pensar em trancar em gaiolas aqueles a quem amam. Para que sejam deles, para sempre… Para que não haja mais partidas…
Poucos sabem, entretanto, que é a saudade que torna encantadas as pessoas. A saudade faz crescer o desejo. E quando o desejo cresce, preparam-se os abraços.
Esta história, eu não a inventei.
Fiquei triste, vendo a tristeza de uma criança que chorava uma despedida… E a história simplesmente apareceu dentro de mim, quase pronta.
Para quê uma história? Quem não compreende pensa que é para divertir. Mas não é isso.
É que elas têm o poder de transfigurar o quotidiano.
Elas chamam as angústias pelos seus nomes e dizem o medo em canções. Com isto, angústias e medos ficam mais mansos.
Claro que são para crianças.
Especialmente aquelas que moram dentro de nós, e têm medo da solidão…


Deixe de se esconder



AMIGO

***POEMA DO AMIGO APRENDIZ***

Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

(Fernando Pessoa)


Atelier de Expressão



Com  os   encontros  acontecendo  num
             “setting”   de   clima   descontraído,
             repleto  de receptividade   e afetividade,
para reflexões , discussões e  vivências,
os     participantes    poderão   sentir,
conhecer e pensar sobre a  importância
do processo  arteterapêutico  com  suas
múltiplas    possibilidades    expressivas,
para  auxiliar na busca de uma vida mais
feliz e plena.                                                        

                  Curso  de  Formação em  Arteterapia

O curso segue os parâmetros curriculares  e de docentes, estabelecido  pela UBAAT(União Brasileira Reconhecido pela AARJ ( Associação de Arteterapia do Rio de Janeiro)

 OBJETIVOS:


·         Instrumentalizar profissionais e estudantes das  áreas de   Saúde, Arte, Educação e Empresas, para desenvolverem trabalhos terapêuticos grupais ou individuais.
·         Integrar os profissionais através de dinâmicas favorecendo o desenvolvimento das habilidades intra e inter pessoais para uma   maior   maturidade   social.
·         Identificar o uso adequado das diferentes técnicas expressivas como  meio de facilitar o processo terapêutico.
·         Compreender a Arteterapia  como  processo  terapêutico de autoconhecimento.


CURRÍCULO :

Fundamentos da Arteterapia: Introdução, Panorama geral , Teorias, Contextos da Arteterapia

Linguagem e Práticas em Arteterapia: A Criança, O Jovem, A Meia Idade, O Adulto Maduro

Fundamentos da Arte: História da arte, Linguagens Artísticas, Criatividade

Fundamentos Psicológicos e Psicosociais:Teorias  Psicológicas, Ética, Ciclos de Desenvolvimento Humano,
Psicologia Social, Psicopatologia

Estágio e Supervisão – Prática

Trabalho de Conclusão de Curso

ESTRUTURA E CARGA HORÁRIA:

Teoria/Atelier terapêutico – 380 horas       Estágio  – 100 horas        Supervisão – 60 horas
Complementação  (  Wookshops,  Encontros, Experiências,  Cursos, Palestras, Visitas,...) – 50 h
       

 DURAÇÃO:  24 meses

COORDENAÇÃO – Marise Piloto

Dia de Iemanjá


Iemanjá é um orixá feminino (divindade africana) das religiões Candomblé Umbanda
Iemanjá é a padroeira dos pescadores. É ela quem decide o destino de todos aqueles que entram no mar. Também é considerada como a “Afrodite brasileira”, a deusa do amor a quem recorrem os apaixonados em casos de desafetos amorosos. Dentre as diversas oferendas para a bela e vaidosa deusa, encontram-se flores, bijuterias, vidros de perfumes, sabonetes, espelhos e comidas. 



Protagonista de milhões de lendas, Iemanjá se multiplica em várias versões e se transforma de acordo com a cultura. Chegou ao Brasil nos tempos coloniais, trazida pelos escravos. Em terras africanas era a deusa do rio Ogun, rainha das águas doces. "Entre nós, ela se tornou a rainha do mar", explica o antropólogo. Os cabelos negros, os traços delicados e os seios fartos sintetizam na bela divindade o arquétipo da maternidade. Pois é esse seu grande valor: acolher a todos que lhe pedem ajuda, sem julgar nem minimizar a dor de ninguém. Isso lhe vale mais um título, o de deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional.