quinta-feira, 5 de julho de 2012

Construção em Arteterapia


Construção – construir: dar estrutura a, edificar, fabricar; organizar, dispor, arquitetar, formar, conceber e elaborar.
Segundo o dicionário de símbolos (Chevalier & Gheerbrant): o simbolismo da construção aparece frequentemente como manifestação do universal, bem como no seu sentido inverso, eis que está firmada no centro do mundo e, também, no seu sentido de volta ao centro.
Na História da Arte: Movimento Construtivista – estilo não figurativo que se desenvolveu nos meados do século XX entre os artistas soviéticos, caracterizando-se pela disposição formal do espaço, das massas, dos volumes e pela utilização de materiais e técnicas industriais modernas (vidro, plástico, etc.).
A construção é uma das possibilidades expressivas em Arteterapia. Ela parte de técnicas básicas das artes plásticas, como modelagem, recorte, colagem, desenho, pintura e de outros materiais.
A construção trabalha com a montagem, desmontagem, equilíbrio e desenvolvimento da coordenação visual e motora do paciente. Possibilita, assim, a vivência com diversas situações, trabalha a percepção e o despertar de valores, como por exemplo: noções de peso, tamanho, forma, posição e espaço. Esta modalidade expressiva visa, ainda, classificar e selecionar materiais, organizando-os para construir de forma pessoal.
Caracteriza-se a construção pela utilização de estruturas tridimensionais. O mundo tridimensional é um espaço composto de comprimento, largura e profundidade. Essas três dimensões buscam a organização, estruturação e o equilíbrio de outros elementos para estabelecer a harmonia e a ordem visual.
As estruturas tridimensionais requerem o nível mais elevado de inteligência visual para trabalhar com relações espaciais em relação a um trabalho bidimensional. Para cada direção da construção, podem-se instituir planos diversos como o vertical, o horizontal e o transversal. Desta maneira, as formas construtivistas, também tridimensionais, são vistas distintamente de diferentes ângulos e distâncias.
Elementos importantes para um trabalho de construção: formato, tamanho, cor e textura.
Formato: aparência externa do trabalho, principal identificação com o seu símbolo central.
Tamanho: variáveis – comprimento, largura, profundidade e volume. Observar a predominância da verticalidade ou da horizontalidade na disposição da estrutura do trabalho.
Cor: ao analisar a construção em relação à cor e a tonalidade, devem-se descrever as cores preponderantes e acessórias ao trabalho.
Textura: pode ser predominante ou não na construção, é adquirida de forma natural sem adorno ou com tratamento especial. O trabalho de construção pode ser feito de várias texturas, sendo que uma pode dominar em relação às demais. As texturas apresentam-se de forma lisa, áspera, fosca, polida, etc.
Na análise dos trabalhos de construção em Arteterapia, é necessário que o arteterapeuta observe todo o processo realizado, indicando por onde o paciente iniciou o trabalho, de que forma uniu as partes; se foi feito individualmente ou em grupo, se necessitou da ajuda do terapeuta, se fez ou desfez alguma parte do processo, etc. Sobretudo as possibilidades de interação e equilíbrio da estrutura organizada devem ser observadas.
Para se trabalhar com construção é importante levar em consideração as etapas gradativas de domínio da técnica, permitindo que o paciente inicie trabalhos com materiais menos complexos até adquirir, na sua produção, uma estrutura mais complexa e integrada formando um corpo sólido.
A técnica de construção em Arteterapia pode ser realizada de forma livre ou dirigida e de forma individual ou coletiva.








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