“A linguagem plástica é uma forma de
expressão. Eu não chamo de arte, nem de longe tal pretensão. Não garanto que
sejam artistas os trabalhos das pessoas que freqüentam os ateliês. Não sou eu
quem decide se é arte ou não. A função do trabalho não é artística, é
expressiva. Atividade expressiva das emoções, dos conteúdos internos. Não
gostava do nome “terapêutica ocupacional”, foi quando um cliente na Casa das
Palmeiras, na oficina de trabalhos manuais, tocando vários novelos de lã ele
disse: como é gostoso amassar... trabalhar com tecidos é a emoção de
lidar. Então pensei: eureka! Preferi em vez de terapêutica
ocupacional adotar daí em diante emoção de lidar. Muito importante que o monitor ajude ao
doente a descobrir a beleza do material com que trabalha.”
Nise da Silveira
Rev. Ano Zero, 1991, RJ
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