Na técnica que fragmenta cacos, na obra que se transforma na expressão da criatividade, na
regra criada por cada um no momento da escolha da imagem, na obra que se transforma, na
arte de rejuntar o todo está o mosaico auxiliando a pessoa a congregar as suas partes numa
obra "única".
Essas partes internas, das emoções profundas que estão adormecidas e que podem estar
sendo marcadas por súbitas modificações fisiológicas, quando sentimos prazer imenso ao
visualizar a peça do mosaico terminada: pelos sentimentos ou afetos que perdurarão como
matrizes de longa duração, quando guardamos por muito tempo essa técnica considerada
"obra da eternidade", pela experiência sensorial no toque da matéria prima, na maravilha das
cores, no som produzido pelo corte do azulejo. Tudo inteiro/partido/rejuntado, como um grande
mosaico.
Quando conhecemos e pensamos sobre a trajetória da arte do mosaico desde a antiguidade,
estamos refletindo sobre nossa própria caminhada. É como se estivéssemos fazendo o mesmo
percurso: criando e compondo partes como maneiras adequadas para resolver uma situação
de necessidade. Assim é o percurso da arte. Muitas vezes buscamos modos mais criativos
para sairmos de uma situação de conflito.
Ao utilizar a arte do mosaico, assim como brincar com um jogo de quebra cabeça, estamos
permitindo que nossa capacidade de análise e síntese, de composição e decomposição seja
desenvolvida de forma mais integrativa, mais harmônica e mais sutil relacionando o todo com o
nosso modo de viver a vida.
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