Jung define o processo da “função transcendente” no seu trabalho “Tipos Psicológicos”, nos §244, §549 e §550:
“A função psicológica e transcendente resulta da união dos conteúdos conscientes e inconscientes. A experiência no campo da Psicologia Analítica nos tem mostrado abundantemente que o consciente e o inconsciente raramente estão de acordo no que se refere a seus conteúdos e tendências. Esta falta de paralelismo, como nos ensina a experiência, não é meramente acidental ou sem propósito, mas se deve ao fato de que o inconsciente se comporta de maneira compensatória ou complementar em relação à consciência. Podemos inverter a formulação e dizer que a consciência se comporta de maneira compensatória com relação ao inconsciente. (…) A atividade do inconsciente faz emergir um conteúdo em que se patenteia, em idêntica medida, o influxo da tese e da antítese, e que, em relação a ambas, conduz-se com efeitos compensatórios. Desde o começo em que esse conteúdo mostra suas relações tanto com a tese como com a antítese, constitui uma base intermediária em que os contrastes se podem conjugar. (…) Em seu conjunto, dou ao processo que acabo de descrever o nome de Função Transcendente. Mas, neste caso, não entendo como função, uma função fundamental, mas o fato de que, em virtude dessa função, opera-se o trânsito entre uma e outra disposição. A matéria-prima trabalha pela tese e antítese que em seu processo de conformação realiza a conjugação dos contrários é o símbolo vivo”.
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