4 ETAPAS BÁSICAS PARA VIVENCIAR O SONHO- do
livro: Imaginação Ativa, Robert Johnson, 1989.
Todo sonho é
composto de várias imagens e nosso trabalho começa descobrindo os significados
que têm essas imagens. Técnica: anote a primeira imagem que aparece no sonho .
Então se pergunte:
“ Que sensação me dá essa imagem? Que palavras
ou idéias me vêm à mente quando a vejo?”
A associação é
qualquer palavra, idéia, imagem mental, sentimento, recordação que surgir
naturalmente na mente quando examinar a imagem do sonho. É qualquer coisa que
espontaneamente você associar com a imagem. Então, volte à imagem e verifique
quais outras associações podem lhe ocorrer.
Sempre que
conseguir uma associação, volte à imagem original do sonho. Não faça
associações em cadeia. Mantenha-se analisando a imagem do sonho e anotando cada
nova associação. Somente depois de anotar todas as associações que encontrar,
referentes àquela imagem, passe para a imagem seguinte e recomece o
processo.Como escolher a associação certa que levará a uma interpretação
correta? Jung diz que uma das associações vai “dar o estalo”. À medida que as
associações forem sendo feitas, uma delas irá gerar muita energia, uma onda de
energia, vai mexer com você. E você perceberá como ela vai encaixar-se com os
demais símbolos do sonho. Nem sempre fica evidente qual associação é mais
correta para compreender o sonho. Nesse caso, é melhor deixar um pouco de lado
esse símbolo e partir para o seguinte.Há uma outra maneira de encontrar
associações para as imagens do sonho: a amplificação arquetípica. É a
técnica de se juntar informações sobre os arquétipos que aparecem nos sonhos,
indo a fontes tais como os mitos, os contos de fadas e as tradições religiosas
antigas. É só reconhecer qual arquétipo
está presente no sonho que geralmente é aquele que tem um aspecto místico. Em
vez de cenas semelhantes ao dia-a-dia mundano, o sonho leva você a um local que
parece antigo, de outro tempo. Outro sinal é que as coisas são maiores ou
menores que na vida real. Os arquétipos podem se apresentar como animais
sobrenaturais: leões falantes, dragões, cavalos-voadores.
Procurar as partes
do nosso eu interior que a imagem
representa.
Para
cada imagem, pergunte-se:”que parte de mim é? Onde a vi em ação, ultimamente,
na minha vida? Onde já vi esse traço na minha personalidade? Quem é que ,
dentro de mim,sente dessa forma ou se comporta assim?” anote cada exemplo de
que você puder lembrar-se no qual essa sua parte interior vem se manifestando
em sua vida. Por dinâmica interior queremos dizer qualquer coisa que acontece dentro
de você. Pode ser um evento emocional, tal como uma onda de raiva; pode ser um
conflito interior, um sentimento, uma atitude, um humor específico. Precisamos
encontrar exemplos específicos da nossa vida que correspondem aos eventos do
sonho. É importante que você escreva os exemplos no papel: algo físico deve
acontecer.
Quando você
fisicamente os escreve, as conexões com o sonho se tornam claras e definidas.
Provavelmente,
a forma mais rápida e prática de relacionar uma imagem particular com você
mesmo, é perguntar que característica você tem em comum com essa imagem: quais
as principais características da pessoa do sonho? Como você descreveria seu
caráter e personalidade? Onde se encontram essas características ( sentimentos,
crenças, atitudes, padrões de comportamento) em você? Outra forma é pensar em cada figura do sonho
como uma pessoa verdadeira vivendo dentro de você: “onde em minha vida eu a vi
fazendo o que fez no sonho? Qual parte de mim é a que sente assim, pensa assim
e assim se comporta? ”Obviamente, as imagens dos sonhos não são só as pessoas.
Há também lugares, edifícios, animais, cores, números, objetos e símbolos
geométricos abstratos. A utilidade dos lugares no sonho é mostrar de quem é o
“chão” que você pisa, sob a influência de quem você está. Se houver um animal,
podemos considerá-lo como um instinto ou consciência animal que vive em alguma
parte dentro de nós, escondido nas mais profundas e primordiais raízes
pré-humanas da psique.
3-INTERPRETAR
Reunimos as informações que obtivemos nas
duas primeiras etapas e chegamos à visão do significado do sonho quando
considerado como um todo. Neste estágio, você faz perguntas do tipo: “qual é a
mensagem central, a mais importante, que esse sonho está tentando me
transmitir? Que ele está aconselhando de que eu faça? Qual o significado total
do sonho para a minha vida? Qual é o ensinamento , a informação mais importante
que o sonho está tentando transmitir?”
Aprendemos a
realizar rituais que tornarão o sonho mais consciente, fixando de forma clara
seu significado na nossa mente e dando-lhe a solidez de uma experiência física
imediata .
Se você, conscientemente, realizar um ato – qualquer ato -
, será assimilado seu inconsciente. “o
papel do ritual no crescimento da consciência está relacionado com seu poder de
tornar a experiência simbólica algo físico e concreto”. ( p.133)
Pode ser um ato simples, mesmo que não
consiga relacionar diretamente com o sonho.Acenda uma vela, dê uma volta; faça
alguma coisa em favor do seu sonho pois qualquer ato em honra do sonho, será
assimilado no inconsciente.
“O ritual é nosso instrumento mais poderoso
para fazer uma síntese das polaridades da realidade humana. É a arte que
consegue unir nossas duas metades. O YANG arquetípico, espiritual, precisa ser
unido à nossa natureza YIN, do aqui-agora terreno. O espírito masculino, que
segue tão perdido na abstração e na teoria, precisa ser ancorado na terra
feminina, precisa vivenciar diretamente a alma feminina. O caminho para o lado
feminino da realidade é através da solidez, através da ligação à terra, da
matéria como MATER ( mãe). Tudo isso é configurado mais diretamente através do
físico.” ( JOHNSON, 1989, p. 142)
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