quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O POTE DA PERSEVERANÇA E A LUZ DA ESPERANÇA

Certa vez, ouviu-se falar de um monge que vivia lá no topo do Monte Fuji. Diziam que aquele era o mais sábio dos sábios e que o poder do sacerdote, era capaz de resolver todo e qualquer problema e realizar todo e qualquer desejo. Mesmo o mais sério problema e até o mais fugaz dos desejos. Então o homem mais rico daquelas terras decidiu: – Irei ter com tal monge e ele me fará o homem mais rico de todas as terras… O mais poderoso general daquelas terras, que estava ao lado do homem rico também falou: – Pois também, eu, irei ter com o tal monge e ele me fará o homem mais poderoso de todas as terras…
O mais humilde dos servos, que também os acompanhava disse: – Pois estando eu, na vossa companhia e se, apesar de minha insignificância, me for permitido estar com o monge, lhe pedirei para que ilumine e dê a minha família paz e a certeza de que nunca lhes faltará o que lhes for necessário para viver. Assim os três homens seguiram caminho, em busca daquele que era o mais sábio entre os sábios e o mais poderoso monge, capaz de resolver o mais sério problema e realizar mesmo o mais fugaz dos desejos. Ainda no caminho, o homem rico queixou-se de fraqueza e cansaço e ordenou ao servo que o carregasse em suas costas.
Este, na humildade de sua singela existência, não questionou e fez o que lhe era ordenado, levando o homem rico montado em suas costas, por toda a difícil subida ao topo do Monte Fuji. Lá chegando, encontraram o velho sábio sentado à observar a fumaça soprada pelo ventre da montanha. O homem rico foi logo se adiantando, saltando das costas do servo: – Ouvi dizer que és o mais sábio e poderoso, capaz de resolver qualquer problema e realizar qualquer desejo, pois então vim para que façais de mim o mais rico de todas as terras… O general, nem mesmo esperou que o homem rico terminasse de falar e já foi dando ordens: – Pois eu quero que me torne o homem mais poderoso de todas as terras e que o faça o quanto antes. O servo se recolheu em sua humildade e nada disse. O monge observou os três homens por um longo tempo e depois se pronunciou: – Para conseguirem tudo o que desejam, deverão procurar pelas terras mais baixas de todas as terras. Lá descobrirão a mais profunda de todas as cavernas e dentro dela haverá um pote e uma lamparina. Com esse pote e essa lamparina, seus desejos serão atendidos de pronto.
Os três homens seguiram caminho e andaram por dias, andaram por meses e… Em uma das terras por onde passaram, encontraram algumas terras vizinhas, que viviam em paz e sempre cooperavam umas com as outras. Apesar de terem perdido seus reis e generais em guerras passadas, aprenderam a trabalhar juntos e conviver em perfeita harmonia, mas o general, que era a pessoa mais poderosa de suas terras não podia admitir um lugar onde não havia poder algum e todos eram iguais, então decidiu que ele seria o homem mais poderoso daquelas terras também. Acontece que aquele povo não desejava comandar ou ser comandado e então prenderam o general onde ninguém o conseguiria libertar, até que ele aprendesse que o verdadeiro poder não está, nem pode ficar nas mãos de uma só pessoa, mas que deve pertencer a todos para que assim possam ser livres.
Não havendo o que fazer pelo general, os dois homens seguiram caminho, mas ainda na metade da jornada, o homem rico se queixou de fraqueza e cansaço e novamente ordenou que o servo o carregasse e este, na sua humildade, apenas, obedeceu. Finalmente encontraram a caverna mais profunda, nas terras mais baixas do mundo. Entraram, ainda caminhara mais alguns dia caverna adentro e quando, enfim, avistaram o pote e a lamparina, o homem rico desceu das costas do servo em um salto e correu para conferir o que havia no pote, mas… O pote estava vazio. Com a mesma vivacidade, pegou a lamparina.
Olhou-a por dentro e por fora, esfregou, virou-a de ponta-à-cabeça e… Nada aconteceu. Sem azeite, a lamparina se quer se acendeu. O homem rico, muito decepcionado, bradou furioso: – Aquele velho estava apenas a rir-se de meus desejos! Pois sim. Irei novamente ter com ele e verá do que sou capaz, com toda a minha riqueza… Furioso, o homem rico acabou por se perder entre os longos e inúmeros túneis da caverna e nunca mais retornou para suas terras e suas riquezas. Quanto ao servo, logo que percebeu que o homem rico não retornaria com ele, pegou o pote e a lamparina. Depois se colocou a caminho do Monte Fugi para ter com o monge.
Encontrou o velho sábio sentado da mesma forma que antes e ele falou: – Então trouxeste o vaso e a lamparina! Mas afinal, qual é o seu desejo? Humildemente, o servo respondeu: – Há meu senhor! Apenas desejo que forças superiores iluminem e de a minha família paz e a certeza de que nunca lhes faltará o que lhes for necessário para viver. O monge, mais uma vez, o observou em silêncio e depois lhe falou: – Pois não tenha dúvida de que forças superiores te iluminam todos os dias e que nunca faltarão aos seus a luz e todo o necessário para viver, pois trouxeste e nunca deixará de levar consigo, o vaso da perseverança e a luz da esperança, que te guiaram e a todos os seus que seguirem seus passos e nunca permitiram que lhes falte algo na vida.


 


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